“Um estádio com muita polícia não é necessariamente um estádio mais seguro”

Com o campeonato nacional de futebol a terminar e as grandes emoções a aumentarem, estivemos à conversa com Pedro Pinho, subintendente da Terceira Divisão da PSP de Lisboa. Numa semana desportiva marcada pela agressão a um árbitro nos campeonatos distritais e pelo policiamento no Clássico, a Estrada de Benfica foi saber mais sobre o policiamento do desporto nesta região.

Sobre os ombros de um homem recai uma das responsabilidades mais difíceis na cidade de Lisboa: a coordenação do policiamento. Pedro Pinho, subintendente da terceira divisão da PSP de Lisboa, é o responsável pela segurança de um terço da cidade de Lisboa, bem como pelas operações de segurança realizadas nos dois maiores estádios da capital, o da Luz, do SL Benfica, e o de Alvalade, do Sporting CP.

Segundo o subintendente, realizar operações de segurança nestes dois grandes palcos do desporto nacional dá muito trabalho, mas esse trabalho é reduzido pela articulação entre as forças de segurança e os promotores e diretores de segurança de Benfica e Sporting. Para Pedro, a chave é mesmo o equilíbrio.

Mas nem tudo gira à volta dos “dois grandes” da cidade de Lisboa. Ainda que com “menos pressão e trabalho acrescido”, o policiamento em eventos de desporto é obrigatório mesmo em “pequenos clubes e clubes de pequena e média dimensão onde se pratica desporto”. O motivo para estas medidas de segurança é explicado por Pedro: “Os problemas de desporto são um problema de todos. E, apesar de não serem um problema da polícia, são um problema de polícia”.

Ainda assim, segundo o subintendente, nem sempre o policiamento e as operações montadas são sinónimo de segurança: “Um estádio com muita polícia não é necessariamente um estádio mais seguro. Muitas vezes achamos mesmo que as pessoas se sentem seguras nos estádios porque há muita gente nos mesmos e não porque está lá a polícia. É que às vezes demasiada polícia leva a que se pense que algo mau aconteceu”, afirma o agente.

Contudo, Pedro Pinho mostra-se satisfeito perante as operações já realizadas e confiante quanto às próximas: “Apesar de alguns problemas, por ser um grande centro urbano, esta zona de Benfica é uma zona segura”.