Em trânsito

5 de Abril de 2017. Dia de jogo de futebol: Taça de Portugal, Benfica-Estoril. O final do dia chega. É nesta altura que milhares de pessoas regressam a casa. O trânsito está um caos, os autocarros com atrasos, a confusão instala-se no metro e os comboios encontram-se cheios.Benfica, no coração de Lisboa, é um dos principais pontos de saída e regresso a casa. Todo o tipo de transportes se aglomera nesta freguesia da capital e os destinos são os mais diversos.Em dias de futebol, a tarefa fica dificultada. Com milhares de adeptos a dirigirem-se ao Estádio da Luz, a 2.º Circular, uma das principais vias da cidade, entra num ‘pára arranca’ constante e os nervos ficam à flor a pele. É inevitável. Depois de um dia de trabalho, as pessoas só querem o aconchego dos seus lares e recuperar energias para o dia seguinte. Os adepto, esses, só querem chegar ao estádio. As apitadelas são constantes e o tempo de espera continua a aumentar, enquanto se ouvem gritos de apoio aos clubes vindos das claques.

Para não falar em acidentes. A pressa para chegar a casa leva os mais audazes a serpentear o trânsito, e muitas vezes o resultado é um aparatoso acidente que leva ao engarrafamento das vias circundantes de Benfica. E neste caso não há nada a fazer. É esperar que a situação fique resolvida para continuar o percurso

É uma correria e o tempo não pára. Muitas vezes, os planos são alterados.

Joana Silva, depois de um dia de trabalho, dirige-se à estação dos comboios local mas hoje, dia de jogo o autocarro atrasou e por isso já não consegue apanhar o comboio do costume. “Vou ter que esperar mais meia hora pelo próximo. Já só chego a casa à hora do jantar”. Joana é uma entre milhares de pessoas que passam por esta realidade diariamente. Ler um livro, ouvir música, jogar no tablet, comer o lanche, falar ao telemóvel ou conversar com o passageiro do lado. Tudo serve para que este tempo seja aproveitado e que passe mais rápido.

Só pela noite dentro é o que o sossego retorna a Benfica. Nem parece que a confusão se instalou durante o dia e que a cidade não parou. As ruas esvaziam-se e o silêncio toma o seu lugar.

Amanhã é outro dia, mas o cenário será pouco diferente.